Review: Octopath Traveler II (Nintendo Switch)

Octopath Traveler II expande com inteligência a fórmula que fez do primeiro jogo um favorito dos fãs de JRPG. No Switch, a experiência chega com a mesma estética 2D‑HD encantadora, uma trilha sonora de primeira e uma estrutura narrativa que dá protagonismo a oito caminhos distintos — agora com ainda mais ferramentas para entrelaçar histórias.


O que muda em relação ao primeiro jogo?

A sequência refine o que já funcionava e adiciona camadas sutis. O novo ciclo de dia/noite abre novas possibilidades de abordagem, o Latent Power de cada herói traz momentos de “poder absoluto” em combate e os Path Actions foram redesenhados para maior expressão. Personagens cruzam caminho com mais frequência, e há até conexões narrativas que você pode descobrir sem precisar forçar “conexões obrigatórias”.

Os oito caminhos

Você escolhe por onde começar, mas a ordem importa menos que a descoberta. Cada um dos oito protagonistas tem um arco completo, com temáticas que vão de alta política a aventuras urbanas, passando por investigação e redenção. O resultado é uma colcha de retalhos que se costura aos poucos — algumas costuras são finas, outras ganham corpo conforme você avança.

Combate: tática sem fricção

O sistema de turnos com as mecânicas de Break & Boost segue sendo um dos mais elegantes do gênero. Planejar janelas de impacto, acumular Boost Points e liberar habilidades no momento certo cria um ritmo empolgante. O Latent Power adiciona cooldowns e decisões táticas, enquanto as habilidades passivas e latentes dão ainda mais profundidade sem complicar em excesso.

Exploração e Path Actions

Há caminhos para sorrir, convencer, investigar e roubar. Nem todo jogador vai aderir a todas as abordagens — e tudo bem. A variedade de ferramentas abre portas diferentes, e o jogo celebra quem quer experimentar, sem punir quem prefere seguir em frente.


Visual e som: uma identidade firme

A arte 2D‑HD segue sendo um ponto alto: cenários detalhados, sombras volumétricas e luz que “conversa” com a música. A fidelidade no handheld é boa; em modo dock, você percebe ganhos sutis de definição. Para quem valoriza atmosfera, este é um dos títulos mais consistentes do Switch.

Trilha e direção

A composição de Yasunori Mitsuda e equipe é ampla e cativante. Motivos musicais retornam em variações que reforçam personagens e ambientes. O sound design de batalha é responsível e ajuda a comunicar o ritmo dos turnos e dos Boosts.


Performance e qualidade de vida

Em áreas abertas e combate, a taxa de quadros é estável. Em vilarejos mais cheios, é possível notar oscilações leves. Há opções para reduzir brilho, efeitos e tornar a leitura de tela mais confortável. O jogo oferece save em qualquer ponto, pontos de teleport com “Warp Stones” e um conjunto generoso de QoL: speed toggle, dicas de fraqueza, log de conquistas e avatares com talentos ativos para customizar rotas.

Conteúdo e duração

Cada protagonista tem vários capítulos, além de chefes secretos, dungeons opcionais e rotas alternativas de progresso. A campanha principal ronda 60–80 horas, dependendo da sua curiosidade. Completistas encontrarão ainda mais material.


Para quem é e para quem não é

  • Excelente para quem curte JRPG tático, narrativa episódica e exploração meticulosa
  • Indicado para quem quer uma experiência “calma e pensada”, sem pressure constante
  • Menor foco em interações entre personagens pode frustrar quem busca uma história unificada tradicional
  • Algumas rotas de personagem são mais deslocadas entre si do que outras

Veredicto

Octopath Traveler II é uma sequência que se sustenta por conta própria e melhora seu predecessor onde importava. No Switch, entrega uma experiência coesa, bonita e com profundidade mecânica. Se você gosta de rotas bem definidas, picos de estratégia em combate e uma worldbuilding que respira, este é um dos melhores destinos da plataforma.

Pontuação: 9/10

Se você já jogou o primeiro e curtiu, vá sem receio. Se está começando agora, comece por aqui — é o ponto mais refinado da série.