Review: Kit Upgrade - Placa-Mãe 1155 + Processador I5 3470 + Memória DDR3 8GB

O mercado de hardware usado ainda tem muito a oferecer para quem quer dar uma segunda vida ao PC, e esse kit é um bom ponto de partida quando o objetivo é sair de um desempenho muito básico para algo mais fluido no dia a dia. A combinação de uma placa-mãe para soquete LGA 1155, um processador Intel Core i5-3470 (4 núcleos, arquitetura Ivy Bridge) e 8 GB de DDR3 (geralmente em dois pentes de 4 GB para operação em dual-channel) tende a reduzir gargalos em tarefas comuns, melhorar a multitarefa e viabilizar a troca do HDD por um SSD sem气压, desde que o resto do sistema esteja compatível.

Por que esse kit faz sentido

Em máquinas mais antigas, o processador costuma ser o grande culpado por travamentos e lentidão, especialmente ao abrir diversos abas no navegador ou programas de produtividade. O i5-3470, com 4 núcleos, 3.2 GHz de base e 3.6 GHz em turbo, é suficientemente capaz para:

  • Navegação com múltiplas abas, e-mail, planilhas e documentos em escritórios;
  • Assistir vídeos em 1080p com tranquilidade;
  • Conversas por vídeo em Full HD sem sobrecarregar o sistema;
  • Games mais antigos ou leves, desde que a placa de vídeo dedicada seja condizente com o título.

Já a placa-mãe tem papel fundamental no upgrade confiável. Em kits LGA 1155, a grande maioria é baseada em chipsets como H61, B75, H77 e séries Z (Z75/Z77), e traz conectores suficientes para o básico: portas USB 2.0/3.0, áudio HD, uma ou mais conexões SATA 6 Gb/s, e slot de expansão PCI Express x16 para placa de vídeo. O que muda mesmo é a qualidade do VRM e alguns recursos extras, como portas USB 3.0, BIOS mais robusta e suporte a recursos como Intel Small Business Advantage em certos modelos.

A memória DDR3 8 GB faz o sistema respirar. Dois pentes de 4 GB em dual-channel melhoram levemente a latência e o throughput — algo que se traduz em menos engasgos ao alternar entre programas.

Desempenho no dia a dia

Para quem coming de um dual-core (como i3 de primeira/segunda geração) ou mesmo de um Pentium/Celeron, a diferença é nítida. O i5-3470 alivia o processador em rotinas com multi-abas e, combinado a um SSD, a experiência de inicialização, abertura de programas e copy/paste de arquivos melhora de forma concreta. Em jogos, o ganho depende principalmente da GPU. O CPU é suficiente para títulos leves ou antigos, mas não espere milagres em games atuais e pesados: aí, mesmo com uma placa dedicada modesta, a ausência de recursos como instruções mais novas e higher-end poder de single-thread de gerações mais novas vai aparecer.

Cuidado com variantes de potência térmica: o i5-3470 tem TDP de 77 W, mas é possível encontrar kits com versões “S” (65 W) ou “T” (35-45 W) de modelos próximos. Se você tem chance de escolher, prefira o 77 W para maior performance contínua em tarefas mais demandantes.

Compatibilidade e pontos de atenção

Antes de comprar, confirme alguns detalhes para evitar dores de cabeça:

  • Soquete LGA 1155 com BIOS atualizada para Ivy Bridge (3ª geração). Se a placa veio configurada para Sandy Bridge (2ª geração), talvez seja necessário atualizar a BIOS. Alguns modelos não permitem atualização sem CPU;
  • Memória DDR3 de baixa voltagem (1.35 V) versus padrão (1.5 V). A maioria das placas aceita ambas, mas vale checar compatibilidade;
  • Conectores: certifique-se de que a placa oferece SATA 6 Gb/s suficiente para SSD/HD e tenha conectores frontais (USB 2.0, áudio) compatíveis com seu gabinete;
  • Alimentação: fonte com bom 12 V é recomendada, especialmente se houver placa de vídeo dedicada.

Montagem, BIOS e ajustes básicos

Instale o processador no soquete com cuidado, aplique pasta térmica nova (se o cooler usado não estiver íntegro) e cheque a fixação. Configurações simples de BIOS costumam resolver:

  • Habilite o XMP ou configure o perfil JEDEC da memória para garantir 1600 MHz de forma estável;
  • Ative o Turbo Boost para o CPU subir automaticamente quando necessário;
  • Atualize a BIOS para a versão mais recente quando possível.

Valores adicionais e melhorias

O maior ganho incremental costuma vir do SSD. Mesmo um SATA III simples de 240–480 GB muda completamente a fluidez do sistema. Se houver uma GPU dedicadamodesta (GT 1030/GTX 750 Ti/760, por exemplo), títulos antigos e alguns轻 games rodam sem drama. Resfriamento também ajuda: um cooler stock bem fixado e uma boa circulação no gabinete evitam throttling em dias mais quentes.

Prós

  • Atualização clara em relação a dual-cores, com melhor multitarefa e fluidez geral;
  • Preço acessível, especialmente para quem busca reaproveitar gabinete, fonte e armazenamento;
  • 8 GB de DDR3 (dual-channel) comanda tranquilamente tarefas de escritório e estudos;
  • Boa base para adicionar um SSD e uma GPU leve em seguida.

Contras

  • CPU de 3ª geração: limites claros em games e apps modernos mais pesados;
  • Variabilidade na qualidade do VRM e recursos da placa-mãe, dependendo do modelo;
  • Possível necessidade de atualizar a BIOS, o que pode complicar em placas sem botão de flashback.

Recomendo para quem?

Esse kit é ideal para usuários domésticos e de escritório que querem um PC funcional, rápido para o cotidiano, e com possibilidade de evolução moderada. Também faz sentido para estudantes e quem trabaja com produtividade, desde que o monitor e os periféricos já estejam disponíveis. Se o foco é produtividade pesadas, modelagem 3D, compilações ou games atuais, o investimento na plataforma mais nova traz retorno melhor a longo prazo.

Em suma, é um upgrade consistente para sair do “uso básico com travamentos” para “uso fluido com espaço para evoluir”. Se o plano é substituir o HDD por um SSD, configurar a memória corretamente e, se possível, encaixar uma GPU leve, o conjunto tende a surpreender positivamente no dia a dia.