Review: Microfone Dinâmico Fifine TANK3 — USB-C e XLR em um só corpo

O Fifine TANK3 chega com uma proposta direta e eficaz: unir conectividade moderna e flexibilidade de estúdio em um microfone dinâmico cardióide. Com entradas USB-C e XLR, construção robusta e recursos práticos (mute, ganho, monitoramento), ele se posiciona como uma alternativa versátil para criadores de conteúdo, músicos iniciantes, podcasters e quem busca um som limpo sem depender de uma interface de áudio dedicada.

Unboxing e primeiras impressões

Na caixa, você encontra o microfone, um suporte de mesa com rosca padrão (5/8"), um adaptador para pedestais de microphone mais finos (3/8"), um cabo USB-C para USB-A e um cabo XLR. O design é sóbrio e moderno: corpo em plástico resistente com acabamento fosco, grade metálica, e anel luminoso que indica status (apagado ao mutar e aceso ao usar). O peso dá sensação de confiabilidade, e o suporte de mesa tem base emborrachada, reduzindo vibrações de baixa intensidade.

Design e construção

O TANK3 é dinâmico e cardióide, o que ajuda a rejeitar ruído ambiente e reduzir a necessidade de tratamento acústico. A resposta de frequência é típica de microfones dinâmicos: foco na região da voz (midrange), com bastante rejeição fora do eixo. A construção transmite robustez para uso cotidiano, e o formato facilita posicionamento no alcance dos braços ou em pedestais de estúdio.

Conectividade: USB-C e XLR no mesmo produto

Essa é a alma do TANK3. Com um botão lateral, você alterna entre USB-C (modo digital) e XLR (modo analógico), mudando também a função dos controles: em USB, os botões controlam ganho e mute do canal digital; em XLR, o ganho segue passivo (a interface ou pré-amp que faz o trabalho), e o botão de mute age no circuito interno (útil, mas com comportamento diferente do que em USB). É uma solução elegante para alternar entre gravação móvel e setup de estúdio sem trocar de microfone.

No modo USB, o microfone funciona como interface básica integrada: plugue e use, semDriver instalação no Windows/macOS. O monitoramento é direto (saída de fone de ouvido de 3,5 mm), e há latência baixa o suficiente para voice-over, call e streaming casual. No modo XLR, você conecta a uma interface de áudio ou pré-amp para ter maior controle de sinal e potencial de headroom, ideal se você já tem um chain de processamento no estúdio.

Qualidade de som e performance

Para voz falada, o TANK3 entrega presença clara e rejeição lateral muito útil em ambientes não tratados. O ruído de fundo cai bastante comparado a condensadores sensíveis, o que faz dele um excelente companheiro para live, podcast e reuniões. Para canto e voz cantada, o character dinâmico oferece corpo e compressão natural, porém você pode sentir menos “brilho” nos extremos agudo e grave quando está muito perto ou muito longe. O ideal é testar distância (cerca de 10–15 cm) e ajustar ganho para evitar saturação e manter a intelligibilidade.

Em USB, o sinal é consistente e direto, ótimo para gravação mobile e publicações rápidas. Em XLR, há espaço para maior nuance e dinâmica com uma boa interface, mantendo a textura da sua voz intacta sem depender de processamento pesado.

Recursos e usabilidade

Pontos de destaque:

• Chave USB/XLR com indicação de modo
• Botão de mute tátil (LED apaga ao silenciar em USB)
• Controle de ganho prático (em USB) e monitoramento direto (jack 3,5 mm)
• Rosca padrão 5/8" e adaptador 3/8" para pedestais

Em uso real, o conjunto favorece configuração rápida: em USB, você grava direto no celular/PC com controle de ganho acessível; em XLR, você integra ao rack de estúdio e explora compressão/EQ externa. O mute físico é muito útil em lives e podcasts.

Para quais cenários o TANK3 faz mais sentido?

• Podcasting e entrevistas em casa ou escritório
• Streaming e jogos com foco em voz clara
• Reuniões online e gravações de courseware
• Canto spoken-word e voz narration em projetos casuais
• Estúdios iniciantes que querem crescer sem trocar de microfone

Prós e contras

• Prós: dual USB/XLR em um só corpo, rejeição de ruído decente, montagem robusta, mute físico, monitoramento direto, fácil de configurar e usar.
• Contras: o “brilho” pode ficar aquém para alguns estilos de canto, o character dinâmico favorece a fala, e o ganho passivo em XRL depende de interface/pré-amp.

Comparação rápida com alternativas

• Shure SM7B: ícone de estúdio com presença lendária e padrão de captação rico, mas exige pré-amp potente e custo bem maior. Se você já tem rack robusto e valoriza aquele “mojo” clássico, o SM7B pode vencer em musicais exigentes.
• Audio-Technica ATR2100x-USB: também dual USB/XLR, cardióide, com construção portátil e preço competitivo. O TANK3 leva vantagem em usabilidade do mute e no visual mais moderno; o ATR2100x-USB é excelente para quem grava só voz ou precisa de máxima portabilidade.
• PodMic (XLR): som broadcast direto e robusto, porém exige interface. O TANK3 brilha por unir USB e XLR em um só lugar, facilitando o caminho do celular ao estúdio.

Veredito

O Fifine TANK3 resolve um problema real: como ter um microfone que funciona tanto no celular/PC quanto no estúdio sem trocar de modelo? A resposta é um corpo dinâmico cardióide com chaveamento simples entre USB-C e XLR, controles práticos e construção confiável. Não é um substituto de um SM7B em estúdio pesado, nem tem a microdetalhadina de condensadores caros. Mas entrega clareza, praticidade e flexibilidade que muitos criadores e podcasters procuram.

Para quem valoriza mobilidade sem abrir mão do caminho de estúdio, o TANK3 é uma escolha muito inteligente. Se você grava voz, stream e podcast com foco em inteligibilidade, vai sentindo o benefício a cada sessão.

Avaliação final

4,3/5 — destaque para flexibilidade de conectividade, usabilidade e consistência de som em cenários práticos.

Recomendado para criadores que querem crescer de USB para XLR com o mesmo microfone, mantendo o setup enxuto e eficiente.