Review: Placa-mãe Gigabyte Z790I Aorus Ultra (DDR5, LGA1700, Mini-ITX)

O Mini-ITX ganhou lugar cativo entre quem quer montar um PC compacto sem abrir mão de desempenho. A Gigabyte Z790I Aorus Ultra nasce exatamente nesse ponto de interseção: placa-mãe no formato pequeno, mas com conjunto de recursos robusto para processadores Intel Core de 12ª e 13ª geração, suporte a DDR5, conectividade moderna e soluções de thermals que tenteiam o tamanho para entregar uma experiência estável e silenciosa.

Na prática, a proposta é simples: você leva a plataforma Z790 para dentro de um gabinetes pequenos, mantém overclock emram e SSD NVMe dentro de margens seguras e ainda ganha rede 2.5 Gb, Wi‑Fi 6E e um USB generoso na painel traseiro. Se você busca um SFF bem redondo — seja para work ou gaming — esse é um ponto de partida e tanto.

Público-alvo

  • Usuários que valorizam gabinetes pequenos, com foco em silêncio e organização de cabos.
  • Gamers que querem 1440p/4K com CPUs mainstream/performance (sem ir para o topo extremo) e placas de vídeo dedicadas.
  • Profissionais que precisam de workstation compacta, com rede rápida, DDR5 e NVMe.
  • Hobbystas que curtem tuning leve (XMP) e BIOS com ferramentas práticas.

Especificações-chave que importam

  • Socket LGA1700 (Intel Core 12ª e 13ª geração)
  • Chipset Intel Z790
  • Fator de forma Mini‑ITX
  • Memória DDR5 de canal duplo, com suporte oficial que varia conforme o processador (tipicamente DDR5-5600) e suporte a XMP 3.0
  • Rede: 2.5 Gb Ethernet e Wi‑Fi 6E
  • Armazenamento: pelo menos um slot M.2 PCIe 4.0 x4 para SSD NVMe
  • USB: painel traseiro com USB 3.2 Gen 2x2 de 20 Gbps e conectores adicionais USB 3.2 Gen 2/Gen 1
  • Audio: solução moderna com Codec de alta qualidade
  • PCIe: um slot PCIe 5.0 x16 para placa de vídeo

Design, qualidade e refrigeração

Mesmo sendo compacta, a Z790I Aorus Ultra organiza bem seus componentes. O layout privilegia fluxo de ar, com o socket LGA1700 centralizado, o slot PCIe x16 na posição tradicional e os conectores de alimentação estrategicamente posicionados para instalações sem atrito em gabinetes Mini‑ITX.

Do lado térmico, a placa não “esquece” que é ITX: há cobertura no VRM com soluções de dissipação e um shield térmico em pelo menos um dos slots M.2. O objetivo é claro: manter temperaturas dos transistores de potência e do SSD sob controle dentro de gabinetes menores, onde o volume de ar é naturalmente mais limitado.

Desempenho na prática

A plataforma Z790 entrega suporte nativo ao PCIe 4.0, o que é especialmente relevante para SSDs NVMe. Com o slot M.2 direto na placa, você aproveita taxas de leitura/gravação muito altas em jogos e tarefas de conteúdo — e isso pesa a favor de um SFF, onde a ausência de ruído mecânico e vibração é parte do charme.

Em memória DDR5, a experiência depende da combinação entre CPU e módulos. Como referência, DDR5‑5600 é uma meta conservadora em muitas configurações com chips Core de 12ª e 13ª geração, enquanto kits mais rápidos (DDR5‑6000/6400) podem ser viáveis com overclock/XMP. Vale a pena validar compatibilidade dos módulos antes da compra e, se possível, usar DIMMs de dupla face para workloads pesados.

A rede 2.5 Gb ajuda em backups e streaming, reduzindo gargalos. O Wi‑Fi 6E agrega flexibilidade para quem prefere wireless em setups compactos. E o painel USB com 20 Gbps é um diferencial prático para docks, HDs externos e periféricos de alto desempenho.

Instalação e compatibilidade

Instalar em gabinetes ITX costuma ser mais “cirúrgica” que em mid‑tower. O layout da placa ajuda: conectores de alimentação, front‑panel e fan headers ficam acessíveis sem necessidade de “contorcionismo”.

Na prática:

  • Garanta clearance para cooler de CPU, especialmente os modelos “tower” altos — o layout deixa o slot PCIe livre, mas o cooler precisa “conviver” com a RAM.
  • Alguns gabinetes ITX pedem risers ou adaptações; verifique o desenho do painel frontal e a posição da fonte SFX.
  • Para mémoire DDR5, prefira kits QVL e, se possível, mulai com XMP simples antes de testar perfis mais agressivos.

Funcionalidades de BIOS e software

A BIOS da linha Aorus é completa e amigável para overclock leve. Você encontra perfis XMP/EXPO, controle de ventiladores e opções de latência/VCORE seguras para quem não quer “mergulhar fundo”, mas quer extrair desempenho previsível.

Além disso, ferramentas como Q‑Flash Plus facilitam atualização de BIOS sem CPU instalada — útil em refreshes de plataforma ou montagem inicial.

Limitações que você deve considerar

  • Apenas um slot PCIe x16: sem espaço para placas adicionais (capture, múltiplas NVMe via slot, etc.).
  • Slot M.2 único: se você precisa de mais de um SSD NVMe interno, será necessário usar soluções externas ou considerar outra placa.
  • Form factor mini‑ITX implica decisões: a motherboard é compacta por design, então há compromissos naturais em quantidade de portas e headers.

Prós e contras

    Prós
  • Conjunto robusto para LGA1700 em formato ITX
  • Suporte a DDR5 e XMP 3.0 para ganhos práticos em games e aplicações
  • NVMe direto em PCIe 4.0 com shield térmico
  • Rede 2.5 Gb e Wi‑Fi 6E integradas
  • Painel USB de alta velocidade (20 Gbps) no I/O
  • BIOS com ferramentas de overclock e atualização fáceis
    Contras
  • Slot único de PCIe: sem expansão tradicional
  • Um único M.2 pode ser limitador para alguns perfis de uso
  • Compatibilidade final de memória depende de CPU e kit específico

Conclusão

A Gigabyte Z790I Aorus Ultra é uma escolha acertada para quem quer levar o ecossistema Z790 para dentro de gabinetes compactos, sem abrir mão de recursos essenciais. Ela equilibra bem desempenho, conectividade e solução térmica, entregando uma base sólida para PCs SFF que precisam ser rápidos, silenciosos e organizados.

Se seu foco é construção enxuta, rede rápida e armazenamento NVMe, com espaço para uma GPU dedicada e uma pitada de tuning em memória, essa placa cumpre o recado. Basta saber que expansão tradicional não é o forte — e, em um ITX, isso costuma ser um sacrifício feliz.