Review: Processador Intel Core i5-2400 (3,10 GHz, LGA 1155, OEM)

É difícil falar do Intel Core i5-2400 sem uma pitada de nostalgia. Lançado em 2011 como parte da família Sandy Bridge, essequad-core de 3,10 GHz foi, por muito tempo, o “cavalo de batalha” de quem queria montar um PC competente sem gastar uma fortuna. Passados mais de uma década, a pergunta que não quer calar é: ainda dá para contar com ele em 2025? A resposta curta é sim, mas com ressalvas — e entender esses detalhes faz toda a diferença.

Especificações e arquitetura

• Socket: LGA 1155
• Cores/Threads: 4C/4T (sem Hyper-Threading)
• Clock base: 3,10 GHz
• Turbo máximo: até 3,40 GHz em um núcleo ativo
• Litografia: 32 nm (Sandy Bridge)
• IGPU: Intel HD Graphics 2000
• Memória suportada: DDR3 (dual-channel)
• Consumo (TDP): 95 W
• Soquete e semáforo térmico: LGA 1155 com stock cooler recomendado

Um ponto central é que ele não suporta AVX/AVX2. Isso não o invalida para tarefas comuns, mas implica que aplicativos mais modernos e exigentes (uso intensivo de criptografia, algumas engines de compressão, encoders e, claro, jogos recentes) vão sentir a limitação. Em contrapartida, o comportamento térmicamente previsível e a eficiência típica de Sandy Bridge ainda surpreendem positivamente para rotinas leves.

Como ele se comporta no dia a dia

Em um uso puramente cotidiano — navegação, e-mail, planilhas, Word, PDF, vídeo em 1080p — o i5-2400 segue fluido. Ele “respira” bem em desktops tradicionais e servidores leves, desde que o conjunto todo (placa-mãe, memória, armazenamento) esteja consistente. O cooler stock costuma ser suficiente para manter temperaturas sob controle em uso normal, e a IGPU Intel HD 2000 dá conta do recado para escritório e mídia com aceleração básica, sem prometer milagres em games ou conteúdos em 4K.

Em multitarefas moderadas (navegador com várias abas + aplicativos de produtividade + stream de música), ele se mantém firme, mas você vai notar que não é a mesma agilidade de um CPU moderno ao abrir vários apps simultaneamente. Programas que usam bibliotecas vetoriais recentes (por exemplo, encoders que requerem AVX) podem rodar mais devagar, e, em casos extremos, nem inicializar — um detalhe crítico se sua rotina inclui compressão de vídeo pesada ou tarefas de renderização com dependência de instruções mais novas.

Jogos e mídia: o que esperar?

Se você tem uma GPU dedicada modesta (algo na linha de entry-level 1050/1060 ou similar), a limitação de CPU vai aparecer mais em titles competitivos modernos, especialmente nos que se beneficiam de instruções AVX ou clocks mais altos para manter taxas de quadros consistentes. Por outro lado, jogos mais antigos e indie rodam bem, e você consegue uma experiência de 1080p perfeitamente jogável com presets balanceados. A IGPU, por sua vez, serve para uso de escritório e vídeo — não espere jogabilidade séria somente com ela.

Em vídeo, streaming e reprodução 1080p são tranquilos. 4K pode ser desafiador dependendo do codec e do player; é melhor calibrar expectativas e, se houver demanda, considerar um hardware mais atual.

Compatibilidade eUpgrade vs. troca

Em placas-mãe LGA 1155, não há upgrade de geração dentro do mesmo socket: a trajetória natural termina em Sandy Bridge. O i7-2600, por exemplo, é a “ponte” mais potente nessa plataforma e, se você já tem o ecossistema pronto, pode fazer sentido, desde que o upgrade justifique o custo diante das suas necessidades. Muitas vezes, a estratégia mais eficiente é investir em mais RAM, um SSD e uma GPU dedicada — o que tende a entregar ganhos perceptíveis em fluidez sem mexer no processador.

Prós e contras em 2025

Prós:

• Custo ultra-baixo no mercado de usados
• Quatro núcleos sólidos para tarefas comuns
• Baixo consumo térmico relativo (95 W)
• IGPU funcional para uso cotidiano
• Conjunto estável e previsível em desktops de escritório

Contras:

• Sem suporte a AVX/AVX2 (impacto em software e jogos modernos)
• IGPU limitada para qualquer coisa além de uso básico
• Multitarefas intensas e cargas profissionais podem travar no límite
• Plataformas de Upgrade: fim de linha no LGA 1155
• Zero suporte a memórias DDR4/DDR5

Quando faz sentido e quando não faz

Esse i5-2400 faz sentido quando você precisa de um PC de escritório competente, barato e suficiente, ou quando já possui o hardware (placa-mãe DDR3, fonte e gabinete) e busca umложeroup grade interno sem refazer todo o conjunto. Ele também pode ser uma opção interessante para um servidor leve, roteador/NAS básico, ou um PC dedicado a tarefas específicas que não dependem de instruções novas.

Por outro lado, se o seu foco envolve criação de conteúdo, codificação pesada, compressão de vídeo, emulação mais exigente ou jogos recentes, é melhor mirar em um hardware atual. A economia no preço pode custar caro em tempo e limitações de compatibilidade.

Conclusão

O Intel Core i5-2400 sigue sendo, em 2025, um plano de fundo seguro para uso cotidiano. Ele entrega o que promete dentro do seu contexto: quatro núcleos, clock decente e estabilidade em tarefas comuns. Contudo, ele não é uma solução “a prova de futuro” — e, para workloads modernos, a ausência de AVX e a IGPU limitada vão darlhe o limite ao qual ele foi projetado.

Se o seu cenário for “que funcione bem, barato e sem frescura”, pode ir sem medo. Agora, se o seu horizonte inclui conteúdos mais pesado e jogos atuais, o melhor caminho é mirar em hardware mais atual — ou, pelo menos, considerar um i7-2600 para ganhar fôlego dentro do mesmo ecossistema.

Em síntese: ainda dá para contar com o i5-2400, contanto que você saiba exatamente o que esperar dele.