Review Epomaker RT100: mecânico com ARGB, switches Wisteria Tactile e visual retrô

O Epomaker RT100 é um teclado mecânico que combina um visual retrô-70s, luzes ARGB e switches Wisteria Tactile para um pacote equilibrado entre estética, conforto tátil e praticidade. O modelo que testei usa a variação RT100-GR-WSTC, na cor verde com os novos Wisteria Tactile. Ao longo desta análise, vou detalhar como o RT100 se comporta no dia a dia — de trabalho a sessões de jogo e digitação prolongada — e onde ele se destaca ou deixa a desejar.

Design e construção

O RT100 chega com um design limpo e elegante, mas com um toque vintage que agrada quem curte um visual mais atemporal. O corpo em verde suave cria um contraste interessante com as teclas e o brilho das luzes, sem exageros. A construção transmite solidez: o conjunto nãoFlexa nem range durante a digitação, e as bordas são bem usinadas, com transição suave para a área das teclas.

Na parte inferior, a cobertura do USB‑C fica discreta, aros antiderrapantes funcionam bem e há opsião de utilizar o teclado em tri‑mode (com fio, Bluetooth e 2,4 GHz), o que facilita a mudança entre dispositivos. A inclinação natural sem apoio adicional é confortável para sessões mais longas.

Switches: Wisteria Tactile

O grande chamariz desta versão são os Wisteria Tactile. Eles entregam um “bump” claro e bastante perceptível no topo do curso, mas sem a agressividade de um clicky. Para quem digita muito, o retorno é rápido e estável, o que ajuda a manter a cadência. O travel segue a linha de switches modernos, com ponto de atuação bem definido, reduzindo toques acidentais sem exigir pressão excessiva.

No som, prepare‑se para um perfil um pouco mais clacky que switches lineares — não é um clique alto, mas há presença ao acionar o bump. O actuation é consistente em todas as posições, algo que beneficia tanto programadores quanto gamers que preferem feedback tátil. Em jogos, o Wisteria oferece segurança de clique sem “cortar” velocidade.

Keycaps e estabilidade

O kit de keycaps que acompanha o RT100 tem perfil padrão com surface acetinada que melhora o “grip” sem deixar o dedo “grudado”. A impressão é nítida e bem contrastada, facilitando a leitura em diferentes condições de luz. As bordas inferiores são arredondadas, e isso reduz a fadiga nas pontas dos dedos durante maratonas de digitação.

Nas fileiras, a estabilidade de teclas grandes como Shift, Enter e Space agrada — não há oscinações evidentes, e o som permanece uniforme. Os estabilizadores vem pré‑lubrificados de fábrica em muitas unidades, o que minimiza “rattle” após o primeiro período de “break‑in”. Para quem quer ir além, uma nova round de lubing pode refinar ainda mais o feel.

Iluminação ARGB

A iluminação ARGB distribui luz com consistência sob as teclas. A intensidade e a difusão são suficientes para usar em ambientes claros, e a inúmera gama de perfis ajuda a customizar o visual sem interferir na produtividade. Os perfis predefinidos cobrem de “respiração” a ondas, com transições suaves.

Vale notar que, por mais que as teclas sigam um perfil mais alto, o halo de luz não gera ofuscamento quando digitamos em ângulos naturais. Para criadores de conteúdo, o efeito “backlight por letra” fica legal em vídeos, ainda que não seja o mais intenso do mercado.

Software, perfis e performance

O Epomaker oferece um software dedicado para ajustar layers, macros, NKRO, polling rate e perfis de iluminação. A interface é enxuta, e as principais funções ficam a um clique de distância. Para usuários de Linux e macOS, há compatibilidade com a Ferramenta de Configuração Online (VIA) em algumas versões, que simplifica remapeamento sem instalar nada.

No desempenho, a latência de digitação é baixa, o polling em 2,4 GHz é estável, e o perfil tátil dos Wisteria permanece previsível mesmo em sequences rápidas. Se você alterna entre desktop, notebook e tablet, a troca de conexão tri‑mode é direta e sem necessidade de reinstalar o conjunto.

Experiência de digitação e uso geral

Em redação de textos, programação e planilhas, o RT100 se mostra confortável. O bump tátil facilita a “confirmação” de cada pressionamento, e o retorno controlado reduz o esforço de dedos e antebraços em rotinas longas. Para gamers, o feedback ajuda a manter ritmo em jogos que exigem cliques precisos, com a vantagem de não depender de clicky “barulhentos”.

O layout padrão em ISO ou ANSI depende da região — o que testamos foi a configuração local com Enter “brasileiro”. A curva de aprendizado é mínima e quem troca de teclado não sente “buraco” na ergonomia. O corpo compacto favorece espaços pequenos, e a possibilidade de conectar via Bluetooth em notebooks ajuda a limpar a mesa de trabalho.

Conectividade e energia

O conjunto tri‑mode cobre bem os cenários do dia a dia: usar no modo com fio para sessões intensas, 2,4 GHz para gaming em PC e Bluetooth quando o foco é portabilidade. A autonomia com ARGB ativo varia conforme o brilho e o padrão, mas, equilibrando os perfis, é possível atravessar a semana sem encaixar na tomada. Caso o brilho seja prioridade, reduzir alguns fps de iluminação e manter o backlight em nível moderado ajuda bastante.

Prós e contras

  • Switches Wisteria Tactile com bump nítido e retorno estável.
  • Design retrô e acabamentos que elevam a sensação de qualidade.
  • ARGB com boa difusão e perfis variados.
  • Tri‑mode versátil (com fio, 2,4 GHz, Bluetooth).
  • Estabilizadores em ordem no uso cotidiano, com potencial de refinamento.
  • O som clacky pode incomodar em ambientes silenciosos.
  • Dependência de software para explorar recursos avançados.
  • Autonomia de bateria varia com iluminação intensa.

Veredicto

O Epomaker RT100 na configuração RT100‑GR‑WSTC é uma escolha sólida para quem quer um teclado com look retrô, iluminação ARGB e switches Wisteria Tactile que favorecem produtividade e jogos moderados. Ele não tenta impressionar com recursos “exagerados”, mas entrega consistência e conforto em cada sessão.

Se você prioriza feedback tátil, visual clean e conectividade flexível, o RT100 cumpre o pacote com competência. Para quem prefere uma experiência mais silenciosa, vale considerar variantes lineares ou uma rodada extra de lubing e uso de O‑rings. No geral, é um teclado que agrada pelo equilíbrio.

Avaliação

Nota: 4,2/5,0

Pontuação atribuída considerando design, feel tátil, qualidade de construção, ARGB, conectividade e custo‑benefício.