Routerboard Mikrotik RB750R2 Hex Lite: review completo

O Mikrotik RB750R2 Hex Lite é um roteador compacto e eficiente, ideal para provedores de pequeno e médio porte, para quem precisa de uma instalação enxuta em escritórios, lojas ou até mesmo em casa — com um pé na rede profissional. Baseado em RouterOS, ele entrega mais do que o básico: firewall, QoS, VPN, isolamento de clientes, controle de acesso e muito mais, sem “gargalos” de performance típicos de modelos simples.

Vamos direto ao que importa: se você quer um equipamento que RodOS facilita a vida em configuração, exiba opções avançadas de gerenciamento e suporte mais clientes do que os roteadores de prateleira do varejo, o Hex Lite tem tudo para virar sua primeira escolha quando o orçamento é apertado e a confiabilidade é mandatória.

Design e construção

O chassis em alumínio funciona como um dissipador passivo, o que elimina o ruído — perfeito para ambientes sem ar-condicionado ou locais onde o silêncio é fundamental. Ele não é fanless por conveniência; é fanless por engenharia. As cinco portas Gigabit Ethernet são fixas (não há SFP), o que simplifica a fiação e evita “microcortes” ligados a módulos ópticos.

As aberturas de ventilação superior e inferior favorecem convecção natural, e a fonte PoE passiva (12–57 V) cobre cenários de alimentação pelo cabo, reduzindo a necessidade de pontos de energia próximos ao roteador. O LED de status no topo é útil e discreto, exibindo atividade de rede sem “poluir” o ambiente.

Hardware e desempenho

O RB750R2 traz um processador MIPS single-core a 850 MHz e 64 MB de RAM. Pode parecer “pouco” à primeira vista, mas não se engane: o RouterOS é otimizado para carga leve e throughput sólido em aplicações típicas de roteamento e firewall. Em testes comuns, alcança centenas de megabits por segundo com firewall habilitado, o que cobre sem esforço links residenciais, SOHO e até pequenos provedores com enlaces de até 500 Mbps.

• Portas: 5x Gigabit Ethernet
• CPU: 850 MHz (MIPS single-core)
• RAM: 64 MB
• Alimentação: 5–30 V DC (Jack) e 12–57 V PoE passivo
• Consumo: ~5 W em repouso, ~7 W sob carga
• Sem ventiladores (dissipação passiva)

Em termos de térmica, você percebe o chassis esquentar um pouco sob uso prolongado, mas isso é esperado e seguro em um projeto fanless. Onde ele brilha: roteamento simples, VPN, NAT, QoS básico, isolamento de clientes e cenários de “NAT/firewall tudo-em-um” em redes até ~50–100 dispositivos, dependendo do perfil de tráfego.

Onde é necessário cautela: múltiplas tunnels VPN simultâneas (IPSec/PPTP/OVPN), roteamento avançado com políticas complexas, monitoramento detalhado (SNMP/LLD) e grandes volumes de logs. Se o cenário envolve essas demandas de forma intensa, considere subir para a linha “hEX” com mais RAM/CPU.

Recursos que importam no dia a dia

Uma coisa que impressiona no Hex Lite é a quantidade de “poder de fogo” sob o RouterOS em um pacote tão simples. Você consegue montar:

• Firewall com regras stateful, filtros por interface, listas de bloqueio e proteção contra port scans
• QoS via Simple Queues ou Trees (HTB), ideal para limitar banda por usuário ou serviço
• VPN (PPTP/L2TP/OVPN), com client-to-site, e em cenários leves: site-to-site
• Hotspot ou CAPsMAN para Wi‑Fi gerenciado via Access Points
• DHCP server, DNS estático/forwarding, failover básico de WAN
• QoS adaptável com limitação por burst/marks e aplicação de prioridades

Para quem começa agora no RouterOS, a curva de aprendizado existe — há muitas opções e termos técnicos —, mas o ecosistema é vasto, com documentação, exemplos e comunidades ativas. O investimento em aprender RouterOS Compensa, pois você ganha um nível de controle raramente encontrado em roteadores “de prateleira”.

Instalação e uso prático

Em ambientes residenciais, o Hex Lite substituirá um modem/roteador de operadora sem sustos: configura WAN (DHCP/PPPoE), LAN (NAT/DHCP), firewall simples e pronto. Em SOHO, você pode isolar redes (guest Wi‑Fi), aplicar QoS para videoconferência, e usar VPN para acesso remoto de forma confiável.

Provedores pequenos adoram esse modelo por três motivos: energia passiva (sem fonte dedicada), firmware RouterOS que combina MikroTik CAPsMAN e roteamento, e montagem “fora do cliente” no padrão. Com um switch básico, você já tem uma rede separando tráfego de dados e voz, aplicando QoS para priorizar VoIP.

Dica importante: prefira atualizações regulares de RouterOS via Netinstall caso queira consolidar uma configuração “de fábrica” sem herdar conflitos. Backup automático via Scheduler e export/import de scripts são seus melhores amigos quando precisar replicar setups em múltiplos equipamentos.

Comparações rápidas

Se você está entre o RB750R2, um roteador doméstico e um “mini‑PC x86”, aqui vai uma visão pragmática:

• Hex Lite vs roteador doméstico: o Hex Lite oferece recursos muito superiores (firewall, VPN, QoS, scripts, duplicação de configuração), sem cair na limitação de velocidade típica desses modelos. O preço é maior, mas o ganho em controle e estabilidade compensa.
• Hex Lite vs hEX/950G-2HnD: escolha o “irmão maior” se precisar de mais CPU/RAM para múltiplas tunnels, roteamento avançado ou monitoramento intensivo. O 750R2 é excelente para tugas “núcleo leve” com até algumas dezenas de clientes.
• Hex Lite vs mini‑PC x86: o x86 dá “poder bruto”, mas consome mais, faz barulho e exige mais manutenção. O Hex Lite é plug‑and‑forget: baixo consumo, silêncio e RouterOS otimizado para o essencial.

Prós e contras

• Prós: dissipação passiva e silenciosa; RouterOS robusto e versátil; cinco portas Gigabit; ótimo custo‑benefício em redes SOHO; suporte a PoE passivo; consumo baixo.
• Contras: sem Wi‑Fi (precisa de Access Points); limites em cenários de alta demanda de VPN/roteamento avançado; 64 MB de RAM podem ser poucos para scripts/monitoramento extensivo.

Conclusão

Se você busca um roteador compacto, silencioso e que “resolve” com competência roteamento, firewall, QoS e VPN, o Mikrotik RB750R2 Hex Lite é uma escolha acertada. Ele entrega estabilidade, flexibilidade e recursos avançados em um chassis limpo e eficiente. O apelo é maior para redes SOHO e pequenos provedores que não querem complicação extra, mas querem controle de verdade.

Vale o investimento para quem quer uma base sólida de rede com RouterOS, capaz de evoluir com o tempo — e sem despertar o vizinho com barulho de cooler.